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[obm-l] Re



Valeu pela resolução  David e demais companheiros de lista.
 
Eu gostaria de propor mais duas:
 
 
1)Seja f:R==>R,não identicamente nula,tal que
 
f(x)*f(y)=(1/2)[f(x+y)+f(x-y)] e f(1)=0,para todos os números reais x e y.
 
a)Mostre que f(0)=1,f(2)=-1,f(3)=0 e f(4)=1.
b)Mostre que f(x+4)=f(x),para todo x real.
c)Existe de fato tal função.
 
É fácil verificar o item a,mas não consegui o b e o c.
 
2)Seja p(x)=x^3+ax^2+bx+c um polinômio com coeficientes inteiros.Suponha que a equação p(x)-0 tem raízes inteiras distintas.Mostre que a equação p(x)-1=0 não admite nenhuma raiz inteira.
 
3)Dada uma equação do segundo grau, com coeficientes inteiros,mostre que seu discriminante não pode ser igual a 23.
 
 
Essa eu acho que consegui fazer.Como eu não tenho muita prática em problemas de olimpíada,vou esboçar minha resolução.Quem vir alguma besteira,pode comentar se quiser.
 
Fiz y=ax²+bx+c (com a,b e c nas condições do enunciado)
 
Observei que todo quadrado perfeito termina em 0,1,4,5,6 ou 9 e que os múltiplos de 4 terminam em
0,2,4,6 ou 8.
 
Daí verifiquei o algarismo das unidades de delta=b²-4ac admitindo b² terminando em 0,1,4,5,6 ou 9.
 
As possibilidades de 3 ser o algarismo das unidades de delta apareceram para b² terminando em 1 e b² terminando em 9.
 
Para b² terminando em 1,temos que b termina em 1 ou 9.Daí b pertence {+-1,+-9,+-11,+-19,...}.
Esses números são da forma 4k+ -1,k inteiro.
 
(4k+ -1)²=16k²+-8k+1
 
Como delta =b²-4ac,fiz delta igual a 23:
 
16k²+-8k+1-4ac=23 ==> 2(k²+-2k-ac)=11 ==> 11 é múltiplo de 2(absurdo)
 
Para b² terminando em 5,temos b múltiplo ímpar de 5.Pondo b=5(2k+1):
 
delta=25(4k²+4k+1)-4ac
 
Fazendo delta=23,resulta 25k²+25k-ac=(-1/2).Mas sendo k,a e c inteiros isso não pode acontecer.
 
Delta nunca é igual a 23.
----- Original Message -----
Sent: Thursday, February 21, 2002 12:36 AM
Subject: Re: [obm-l] ???

Eder, eu mandei e-mail respondendo à sua dúvida prá lista, mas por algum motivo ele não chegou, sei lá pq... Aí vai a minha resposta.
 
 
 
Você conhece o Teorema de Cramer? Ele diz que um sistema linear de n equações a n incógnitas tem solução única se, e somente se, o determinante da matriz dos coeficientes for não-nulo.
 
Sendo os pontos (x_1,y_1), (x_2,y_2) e (x_3,y_3), queremos encontrar a,b,c reais tais que a*(x_i)^2+b*x_1+c=y_i, i=1,2,3. Acabamos então de montar um sistema linear de 3 equações a 3 incógnitas, a, b e c. A matriz dos coeficientes é {[(x_1)^2, x_1, 1], [(x_2)^2, x_2, 1], [(x_3)^2, x_3, 1]}, cujo determinante é (x_2-x_1)*(x_3-x_1)*(x_3-x_2) (a matriz é de Vandermonde, então é fácil). Isso só seria zero se tivéssemos coincidência de pelo menos duas abscissas, o que você explicitou não acontecer. Logo, pelo Teorema de Cramer, EXISTEM ÚNICOS a,b,c reais que satisfazem o sistema. Fora isso, o a não é zero, pois se fosse, teríamos a reta bx+c passando pelos três pontos (que você disse serem não-colineares). Logo, existe uma única parábola passando pelos três pontos.
 
Você pode verificar que esse argumento (até a parte do "a não é zero, pois...") continua valendo para um caso mais geral: por n pontos de RxR com abscissas distintas 2 a 2, passa no máximo uma função polinomial de grau n-1.
 
David
-----Mensagem original-----
De: Eder <edalbuquerque@uol.com.br>
Para: obm-l@mat.puc-rio.br <obm-l@mat.puc-rio.br>
Data: Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2002 16:38
Assunto: [obm-l] ???

Olá,
 
Será que alguém poderia ajudar nesta questão:
 
"Considere três pontos no plano cartesiano,não colineares e com abcissas distintas duas a duas.Qual o número de funções quadráticas que podem ser encontradas de maneira que esses pontos pertençam aos seus gráficos?"
 
Essa questão foi do vestibular de uma universidade não lá muito conceituada,mas eu ainda não matei a charada...